Manaus – Se você passar apenas um dia na capital, vá curtir (só abre no almoço) a culinária regional no restaurante Estória do Pescador. São mais de 25 pratos no bufê (R$ 48 por pessoa), a maioria, é claro, à base de pescado, mas não se sente cheiro de peixe, tudo é absolutamente fresco. “Também não usamos limão, que camufla o sabor, só no ceviche”, explica o chef Milton Rôla, que abriu a casa há quatro anos com a ajuda da família. A mulher, Maria, toca o delivery.Um dos pratos mais pedidos é o filé de jaraqui à Rui Machado, homenagem ao artista plástico, poeta e compositor, que é uma legenda na cidade. Sua obra pode ser vista em galerias, teatros e até restaurantes. Ele também ilustra o guia gastronômico editado pela Abrasel. Um dos peixes de couro mais saborosos, o jaraqui é frito e servido com arroz de jambu e tucupi (bem úmido, eu não conseguia parar de provar) com farofa de castanha amazônica. Há um verso que diz “quem já comeu jaraqui, não sai mais daqui”.
![Rui Machado, artista plástico, poeta e compositor](https://ruimachado.com.br/wp-content/uploads/2018/12/rui-machado-manaus-1024x691.jpg)
Outra atração são as ventrechas, como o nome sugere vem do ventre, a barriga do pirarucu preparado com jerimum, maxixe e banana (foto). O craque Milton, que abriu a casa depois que se aposentou no serviço público, dividiu as caçarolas no palco com o chef Conde Aquino, que veio de São Gabriel da Cachoeira pilotar receitas com ingredientes nativos na gastronomia contemporânea, como o cubiu, com o qual fez geleia e vinagrete. Acompanhou traíra moqueada, desfiada e cozida com coentro, cebolinha e tempero de cheiro.
![Artes de Rui Machado estampam capas do Guia Abrasel. Crédito: Rui Machado/Divulgação](https://ruimachado.com.br/wp-content/uploads/2018/12/rui-machado-guia-arte-1024x555.jpg)
A repórter viajou a convite da Abrasel-Amazonas
Fonte : Correio Braziliense