Quem Sou

Rui desperta a todos que o amam, essa emoção divina que é a empatia estética e profundamente humana. Todos os seus quadros iluminados pela benção de sua inteligência privilegiada, até hoje demonstram na unidade de seu espirito, a profusa variedade de tons e de luzes, de ideias e de sentimentos. Rui Machado, é talvez por isso, único pela exuberância e latitude ampla de irradiação. Por ser grande e exageradamente impulsivo, por ser completo, ele se metamorfoseia nessa figura imponente e iluminada de um verdadeiro profeta e missionário abençoado das artes brasileiras. Rui Machado é uma voz talvez mais autorizada no sentido de criatividade. Ele vive como os gênios, inserido num estado de espírito coletivo, quando a nossa arte parece isolar-se inteiramente, tornar-se incomunicável a grande massa e a grande realidade brasileira. É um pintor diferente; de expressão plástica mais acurada, mais espiritual, muito cuidada e elegante como são também seus gestos cavalheirescos e profundamente nobres.

Rui Machado, nasceu no Amazonas, descende de portugueses e tem inscrito em seu sangue a navegação. Seu ofício é singrar as irresistíveis correntezas da arte. Seu talento se manifesta na poesia, na música, na ilustração, mas tem na pintura sua expressão máxima. Com tintas e telas seu pincel é a ponta de lança do que lhe vai na alma. Sua temática envolve a floresta, os rios, a face e a herança dos povos indígenas. Por meio dos utensílios do cotidiano, dos artefatos de guerra, dos brinquedos dos curumins, dos elementos sagrados dos rituais, Rui revela, com esmero, sentimentos intensos. Uma humanidade, enfim, filiada ao amor pelo mundo, pelos reclamos da terra.

A arte é a sua voz. Como a sumaúma, Rui Machado brada, comunica, defende, protege, reparte com todos a seiva que retira da vida, sua causa maior. E cuida, com memória atenta, a natureza e os registros dos povos da floresta. Tudo em sua criação anseia por perpetuar uma história que urge ser constantemente relembrada.

Rui Machado encanta porque sua busca de artista não vem de escolas, nem da lógica antropológica, de nenhum nicho teórico, mas de sua vivência e sua criteriosa percepção do inconsciente amazônico materializado nas linhas das cestarias, nas decorações das cerâmicas utilitárias e nas pinturas corporais. Menos nos momentos em que quer ser explicito, como na tela em que um pajé aspira a América do Sul como se fosse paricá, a força da arte de Rui Machado está no território do grafismo étnico apropriado como expressão artística, na singela brutalidade das cores e na inexorabilidade das linhas e massas de luz. A força de Rui Machado está na sua coerência, no amor que expressa à cultura de sua terra e na paixão que reflete em suas telas.

Rui Machado, sua arte retrata nossa paixão nacional, a Amazônia.
Particularmente, gosto da linguagem como ele retrata o cenário e as tradições do Amazonas, com suas pinturas coloridas deixando transpassar a alegria e cultura do povo manauara.

O talento do artista plástico Rui Machado movimenta cores e letras com maestria elevada e objetiva, que enquanto sonha não deixa de verificar a realidade e a circunstância histórica de sua arte e de seu mundo, Ei-lo então com obras que retratam o meio e o homem amazônicos, entre bandeiras, imagens e gestos eloquentes. Rui pertence à categoria de artistas que sustentam os laços mais vibrantes que unem a terra ao céu, as aspirações mais elevadas às contingências mais sérias. Parabéns, grande Rui! De tua arte muito já recebemos, muito mais ainda devemos esperar.

A pintura de Rui Machado, sugere os cheiros exóticos das matas onde vivem os índios, as índias e os anjos saídos de sua imaginação jovem e fértil. Hibiscus, orquídeas e frutos adornam esse mundo de cores onde os personagens parecem contemplar-nos pensativos. Em alguns dos seus trabalhos Rui confronta os índios com os efeitos funestos da tecnologia do mundo moderno, deixando na tela e através dos seus traços e cores uma denúncia que o tempo não conseguirá apagar.

Rui Machado se mostra inteiro nos seus quadros, certo daquilo que pretende, seguindo tranquilo o seu caminho em direção ao sucesso.

O Ruizinho, forma carinhosa de trata-lo, também navega nas águas da poesia e tem despontado no cenário musical como compositor de várias músicas que se destacam no cancioneiro popular do nosso estado, inclusive a canção “apague a luz” do álbum Jaraqui do Grupo Raízes Caboclas e “serpente de rio” do Cd Cantamazônia do Grupo Imbaúba, ambas acolhidas por mim quando coordenava esses grupos.

De tudo que sei do Rui Machado, posso afirmar que este caboco é gente boa e se destaca pelo brilho natural do seu jeito simples de ser. Tenho a honra de ornar um dos cantinhos especiais do meu tapiri com uma de suas aquarelas, forma carinhosa de perpetuá-lo na minha lembrança.

Falar sobre Rui Machado, para mim, é como caminhar pela floresta: tudo se enche de sons, cores e magia!

Pensar nesse artista completo, ora me inspira, ora me faz relembrar, com seus versos e imagens, o que vivo nos meus caminhos da mata. Ele “rema estrelas”, faz sonhar, pensar, refletir e tudo que cria VIBRA em forma de cor, palavra ou sugestão. Tão lindo, tão amazônico, tão universal!

E ainda tem o Grande Amor que nos une: fraternal, intenso, inabalavelmente verde, pura luz e clorofila!

A luz natural das telas de Rui Machado deixa claro que o tempo pode trazer outras heranças: daquilo que é bom, daquilo que é único e verdadeiro, daquilo que todos os homens, em todas as eras, não deixam de prescindir: paixão pela vida.

Rui Machado, filho do Amazonas de muitas tribos, fotografa em tintas a beleza do universo. Ele ama o que pinta e somente pinta o que ama: a arte indígena.

Rui Machado é tímido como os grandes artistas, mas seus quadros são perfeitos, tanto na harmonia das cores, como nos traços e na temática abordada. Ele consegue transmitir em sua obra de arte, como numa poesia, todo o lirismo bucólico de um igapó, de um rosto indígena e a postura das aves amazônicas, sem cair no piegas.

Rui é uma pessoa incrível, que até me considera seu padrinho nas artes plásticas, coisa lógica, de amigo para amigo. Só porque vendo seus quadros, incentivei-o a mostra-los, e daí seu nome ficou respeitado entre os festejados pintores desta deliciosa cidade de São José do Rio Negro.

Fiquei muito feliz por você desenhar nossa cultura. O povo da floresta, os indígenas yanomami, utiliza a tinta do urucu para pintar o corpo para participar das festas e das danças, faz isto para falar para o mundo que eles existem, que nós defendemos a riqueza da floresta, da natureza e da família. Os seus desenhos é muito importante para alertar a humanidade que é possível ser feliz respeitando o povo indígena e nossa cultura. Continue com este trabalho de desenhar nossa cultura.

Encontramos alegria e compromisso em sua arte.

Seu trabalho é muito importante.
kaha wa kîat wíi thë yai totimahi.

Rui, paixão.
Toda força neste trabalho maravilhoso que você faz.
Um grande beijo e meu carinho.

Sua estrela.

A emoção que vem à tona a cada trabalho realizado. Rui deixa claro cada mensagem que ele quer levar a público com a sua criação nas artes plásticas, combinando traços, cores e sentimento com muitas verdades expostas de forma sincera. E na música explora toda emoção com sua criatividade poética que vai além da nossa imaginação, transformando e encantando com harmonia  serena que faz bem a alma de qualquer pessoa. Um artista que sabe o que oferecer para o seu público. Bom de ver, bom de ouvir. Interpretar uma obra de Rui Machado é como se vestir com um manto ornamentado de beleza cultural.

Minha relação com Rui Machado iniciou-se em 1997 quando o mesmo me apresentou a sua música em parceria com Sidney Rezende, “Amor Proibido”.  A partir desse primeiro contato nossos laços se firmaram e foi instantânea a nossa afinidade, que resultou na bela amizade que temos e em grandes parcerias. Eu o admiro demais como artista e por tudo o que ele representa no nosso Estado. Espero ter a companhia do Ruizinho por muitos anos e desejo que essa amizade gere mais frutos em forma de música e poesia.

Em Manaus, vem surgindo um novo tipo de artista que reúne a linguagem do primitivo, mas trabalha com conceitos, com idéias. Este é o caso de Rui Machado. Mas é importante observar que esse tipo de linguagem, que parece vir ocupando mais espaço no Amazonas, mistura tradições e tendências distintas. Mas esse artista tem também um papel crítico, não no sentido de crítica social, mas no sentido de crítica de linguagem, uma vez que, já sabemos a pior pintura amazonense é aquela que retrata as palafitas, interioranos, canoas e onças, sem nenhum trabalho com a linguagem, repetindo velhas fórmulas esclerosadas.

Uma das funções da pintura é atualizar nosso olhar. É mostrar que a realidade é um código, uma linguagem articulada. Nesse sentido, essa nova pintura amazonense pode nos conduzir a tempos melhores para a arte e a cultura.

É difícil falar sobre Rui Machado.  Eu que sou tão pequenina diante da grandiosidade da obra desse amazônida. Falar sobre o artista plástico, compositor, escritor, poeta e ganhador de tantos prêmios? Prefiro falar de amizade. Neste âmbito, que ele é também campeão, tem e mantém pelos amigos uma verdadeira paixão. Rui é um ser humano que está em todos os momentos da vida das pessoas que ele ama, sem reservas e sem limites. Sua amizade é uma verdadeira doação em todas as situações, sejam elas boas ou não. É o amigo de todas as horas e de todos os momentos.

Esse é o Rui que eu amo e quero que esteja sempre e para sempre ao meu lado em todas as ocasiões.

Meu querido amigo e grande artista Rui Machado, lembro-me de quando nos conhecemos há muitos anos, você me mostrou sua Manaus e me presenteou com seus amigos. Fiquei fascinado pelo seu carisma e bondade. Então, você me apresentou ao seu trabalho e fiquei profundamente impressionado com seu  incrível talento e “olho clínico” para materializar e traduzir a sua Amazônia em maravilhosas pinturas. Eu simplesmente amei tanto suas obras de arte que comecei a adaptar parte de sua visão em meu novo estilo fotográfico. Foi então que minha coleção “Amazonças” nasceu. Obrigado, meu queridíssimo  Rui, por ser uma grande parte disso.

Rui Machado deixa de lado seus bancos, suas flechas, máscaras e pontas de flechas, seus remos e todo o seu “ritual” e invade o mundo das flores amazônicas. É que seu passado mais recente está umbilicalmente ligado a esse mundo mágico das maravilhas dos povos tradicionais da Amazônia brasileira, e mais precisamente, do Amazonas colossal. E o faz para dar-se às cores fortes, aos recortes bem detalhados, à inspiração firme que é transposta para as telas.

Artista e compositor festejado pelos de sua geração e todos que tem acesso a sua obra, carrega para a paleta a sonoridade musical de suas composições e, ao mesmo tempo, dá às notas musicais um toque e retoque das cores que traduzem sua arte pictórica. Retrata o que vê, porque caminha como poucos pela cidade de Manaus, palmilhando a saudade no casario que gosta de observar e conquistando energia para continuar amando o que faz.

Como num misto de sabedoria, investigação e sensibilidade as obras de Rui Machado se confundem nessa tríade que a própria imaginação preserva quando passeia pelo sagrado terreno da criatividade humana. Os traços que compõe o cenário de suas obras expressam um saber acumulado pelos povos tradicionais da Amazônia: nossos ancestrais.

É preciso despender forte dose de sabedoria artística para decifrar segredos milenarmente não revelados. Daí a grandeza da intervenção artística através da qual se permite promover a exposição de obras que, embora consigam retratar o sagrado, resguardam, ao mesmo tempo, o ocultamento da inviolabilidade daquilo que para nós continua indecifrável. Trata-se de símbolos, costumes e tradições expressos nas telas trabalhadas em tinta acrílica, cabendo às mãos de seu criador apresentar cenários com forte apelo dado às fábulas, cujos mitos se eternizaram culturalmente.

Enfim, utilizando-se de apurada sensibilidade os trabalhos de Rui Machado colocam em evidência o resultado de estudos e pesquisas realizadas ao longo dessas décadas de dedicação artística.

Falar de Rui Machado é falar da estética. A estética que fala de si e que, portanto, fala da Amazônia, parte constitutiva de sua identidade. Os traços redondos e as cores fortes de sua pintura, marcas de sua rica criação, desnudam a identidade cabocla e a colocam em contraste com o universal nas suas idiossincrasias. A pura fruição do belo emana de seus trabalhos.

Rui é um artista plural. Da pintura transborda para a poesia. O prazer do belo nas palavras é seu “eterno querer”. Como diz em um de seus livros de poesias, “Sempre haverá anjos e mistério n’algum lugar da imaginação”. Os traços pintados nas palavras que desenha e entrelaça evocam a subjetividade de quem deita os olhos sobre sua obra. Impossível não ser tocado pelos sentidos postos nas letras pelo poeta. Experiência necessária para os que apreciam a poesia de qualidade.

Desprendido de estimas materiais Rui é um ser singelo e puro como tudo o que faz, não procura valores ele é o próprio valor, como ele mesmo se define: “os acontecimentos da minha existência tem o valor que dou e constroem minha trajetória”. A marca Rui Machado ocupa os mais diversificados lugares do Estado e fora dele apresentando a outros olhares a tradição amazônica. Neste sentido, o Museu Amazônico sente-se orgulhoso em abrigar mais uma vez os registros deste ícone da arte amazônica.

A obra de Rui Machado é significativa na sua pretensão de emprestar-se para os discursos das tantas etnias que muitos nem os nomes conhecem, nem os Amazônidas. Nesse sentido, a sua arte apresenta-se como necessária, visto que ela empresta sua voz aos menos favorecidos, inclusive aos que correm o risco de serem varridos do planeta. Não lhe é indiferente a questão ambiental, da qual o Brasil é um defensor, a exemplo da Eco-92, que foi realizada no Rio de Janeiro. Entendemos que a sua contribuição é essencial no que diz respeito à herança dos povos que nos antecederam e muitos que ainda permanecem. O artista Rui é um guardião da sociedade, no sentido em que ele a conserva, juntamente com o saber adquirido no decorrer da sua caminhada. Ele preserva a memória. Por meio de sua pintura, da sua música e da sua poesia, exalta os sentimentos e guarda a memória, néctar para o futuro.

Rui Machado, exala arte e cultura por todos os poros.

Conheci um artista. Um moleque que suava cultura em suas brincadeiras juvenis. Conheci seu nome antes do dono. Sua arte era plural e tinha um destino para pessoas adultas. Rui Machado conquistou o respeito de uma sociedade conservadora e pouco atenta ao mundo cultural. Surge uma cidade rica e com um vazio de cultura a olhos visto. Rui é baluarte nesta batalha. E vence e preenche o caminho que o leva à admiração do público de todos os segmentos sociais. Salve meu amigo.

Irmão, homem do século do meu povo que amo para valer. Obrigado por tudo pelo que é. Primeiro, simples e muito educado e solidário. Viaja no mundo espiritual, é artista. Expressa o que diziam e dizem os sábios. Pinta que só e pensa muito para defender a nossa identidade indígena, cabocla e de outros que dependem da Amazônia.

Parabéns! Infelizmente não consigo clonar você. Mas, obrigado e admiro pelas coleções de prêmios e você produzirá mais. Só você para fazer tudo isso. Parece pedrinha, formiguinha, formiguinha e sua sabedoria é de gente grande e, por isso engrandece o estado do Amazonas por onde vivem 67 povos indígenas e muitos que você ama.

Sinto-me contemplado.

O artista plástico Rui Machado é uma testemunha inquieta dessa tragédia anunciada, que começou a ser encenada há 500 anos com requintes de perversidade e ainda está em curso nos dias de hoje. Daí a sofreguidão com que ele persegue, nas suas pinturas, não apenas registrar os costumes ancestrais dos nossos povos indígenas, mas também denunciar – às vezes com ironia, às vezes com sarcasmo – como os membros das nações indígenas, em contato com a civilização branca e doente que não conheciam, sofreram um processo de dizimação sem precedentes na história. E nessa inquietação, Rui Machado busca dissipar, na medida do possível, os estereótipos sobre a Amazônia.

Testemunhas, guardiões, lembranças de outro tempo, de outro jeito de viver, de signos perdidos e de realidades que para os nossos olhos cegos têm se tornado invisíveis, as pinturas de Rui Machado merecem a definição comovedora que do tempo nos deu Sócrates: o tempo é o retrato móvel da eternidade. As pinturas de Rui Machado também são eternas. Simples assim.