Manaus – Com uma letra que compara os céus e as águas, “Remando estrelas” conquistou o grande prêmio do 6° Festival Amazonas de Música, na noite da última sexta-feira (29),no Teatro Amazonas. O troféu foi entregue aos compositores Rui Machado e Valdo Cavalcante, este também o intérprete da canção.
“Contralto das garças”, escrita e interpretada por Yasmim Rodrigues, ficou em segundo lugar na categoria principal do evento. Já “Brasil Cafuzo”, composta e cantada por Gil Valente, levou os troféus de Melhor Música – 3° Lugar e de Melhor Letra.
Salomão Rossy, coautor de “A viola e o violeiro” com Zé Alexandre, levou o prêmio de Melhor Intérprete pela canção, que ainda ficou entre as dez finalistas. “Triz”, de Jéssica Stephens, foi a escolha do público: a música foi vencedora no Voto Popular, principalmente graças aos fãs da cantora e compositora na Internet.
Além dos troféus do Festival, os ganhadores recebem prêmios em dinheiro. Os vencedores da categoria Melhor Música recebem R$ 20 mil, R$ 15 mil e R$ 10 mil, em valores brutos, respectivamente para os 1º, 2º e 3º lugares. Os premiados como Melhor Intérprete e Melhor Letra recebem R$ 5 mil, em valor bruto. E o ganhador do Voto Popular recebe R$ 3 mil, em valor bruto.
As vencedoras da categoria Melhor Música serão eleitas dentre as finalistas, com base nos critérios de Arranjo, Harmonia e Melodia, pela Comissão Julgadora para Final, formada por Marcos Suzano, Célio Vulcão e Claudio Abrantes. Por sua vez, as finalistas foram selecionadas pela Comissão Julgadora para Eliminatórias, formada por Ziza Padilha, Bernardo Lameiras e Fátima Silva, com base nos critérios de Arranjo, Melodia e Harmonia.
Show de emoção
Além da premiação, outro ponto alto da noite de encerramento do Festival Amazonas de Música foi o show do Raízes Caboclas. Comemorando 35 anos de trajetória, o grupo convidado do evento reviveu clássicos saudosos de seu repertório, como “Amazonas Moreno” e “Banzeiro”, embalando o público.
O grupo – formado por Otávio de Borba, Osmar Oliveira, Júlio Lira, Raimundo Angulo, Adalberto Holanda e Eliberto Barroncas – ainda trouxe canções populares e atuais do cancioneiro amazônico. Foi o caso de “No meio do pitiú”, sucesso da paraense Dona Onete, e “Curió do bico doce”, canção de Gonzaga Blantez tornada hit na novela “A força do querer” (Rede Globo). As duas fizeram parte de um bloco dedicado ao carimbó, que agitou a plateia.
A emoção não ficou só no repertório: veio também com a homenagem do Festival ao Raízes Caboclas, dentro das comemorações pelos 35 anos do grupo. Barroncas, integrante desde 1999, recordou que o grupo iniciou carreira ainda em Benjamin Constant (a 1.118 quilômetros de Manaus), sete anos antes de se mudar para a capital amazonense.
“Aprendemos muito com cada passo dado, com cada pessoa que encontramos pelo caminho. Esses encontros estão todos guardados no fundo da consciência, de vez em quando vem uma saudade indefinida dessa ou daquela pessoa. Muito obrigado a todos que nos acompanharam e fizeram e fazem parte de nossa trajetória”, declarou.
“Por causa de todos vocês continuamos com esse trabalho. Também (agradecemos) ao nosso secretário de Cultura, pela sensibilidade”, completou Angulo, citando o secretário Robério Braga.
Tributo
A noite teve ainda homenagem a Peteleco da Viola, como era conhecido Rocivaldo Patriarca dos Santos. Falecido no ano passado, o compositor e cantor escrevia suas músicas nas horas vagas do trabalho como pedreiro. Entre elas se incluem “Por um palmo de terra” e “Fala sério”. Peteleco conquistou diversos prêmios em eventos como o Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani).
No Festival, a cantora e compositora Celestina Maria, irmã de Rocivaldo, recebeu a placa em tributo a Peteleco da Viola, no palco do Teatro Amazonas. O nome do artista passará a figurar ainda numa placa na galeria de honra do Teatro.
O Festival é uma realização da Secretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Sindicato dos Músicos Profissionais do Amazonas (Sindmam) e apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC).